quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Amor

Amor

Sentada e estranha nesta tua ausência, habituada de ter te a ti aqui ao meu lado, ouvindo o teu sonhar perco- me na dimensão dos teus olhos vivos e cheios de tudo, o amor veio ter comigo, mas veio devagar, entrando assim em pulinhos minuciosos esperando uma aprovação....tu nunca me deixastes, sempre ficastes aqui há espera do meu amor, e eu já te amava sem querer saber se podia te amar ou não, tu querias- me tanto!. e eu que sou poeta sem querer e sem o ser, demorei a compreender que tu me querias. Já é tarde para voltar atrás e o tempo fugiu de nós! tu que sempre me pedistes para te escrever uma carta de amor, nunca o fiz, mas agora que tu já te fostes, estou segura em faze-lo!

Esguios e magros, dois corpos se tocam, o teu cabelo grisalho e vasto, feito de poeta sofrido, alivia-se nos teus olhos escuros de mouro sem castelo....já ganhastes tantas batalhas .... já perdestes tantas guerras amor, e eu queria tanto aquele teu amor de volta!

O amor se existe, é meta-fisico e físico, tão físico como os beijos que trocamos, como o amor que fizemos.....agora na palma da tua mão, nos teus dedos magros e esguios,  entrelaçados, discretamente nos meus, encontrei o suor que se juntou ao meu,  e assim ficamos parados empreganhados para sempre um no outro....

Mas a cidade era grande! grande como uma casa de janelas abertas para o céu. Sabes que as estradas que percorremos já se gastaram? delas ficaram só as pegadas desenhadas em passos pequenos e só porque o vento deixou! por isso te peco amor, mostraste -me outra vez a cidade que eu não conhecia, mostra-me o doce timbre da tua voz porque eu quero acreditar outra vez...

A paixão deu lugar ao amor, foi-se embora singela e discreta, assim quase como quando entrou, Fechei a porta e a janela, e quis ficar aqui sentada esperando... estranho, discreto, seguro, quase aborrecido!

Deitei me assim a seu lado sem o querer perturbar! sem o querer acordar! senti-me só! ele estava lá, olhava-me! mas nós éramos estranhos, quase como dois inimigos...
o silencio da neve acalmou-nos, levou-nos ao branco e à dimensão da magia das coisas quase estáticas, que só se mexem quando nos queremos, e ai amor seremos felizes!

Sabes que as pegadas que outrora foram levadas pelo vento, reapareceram de novo? a neve, essa.... continuou a cair...mas desta vez muito mais devagar....






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